Bill Gates diz que o mundo ‘teve sorte’ com a pandemia e defende maior controle sanitário
Da Redação
Bill Gates diz que o COVID-19 deu à humanidade uma oportunidade de se preparar para futuras pandemias, especialmente aquelas que podem desestabilizar a sociedade – preparações que ele estima que custariam US$ 1 bilhão por ano.
Durante o evento Time 100 Summit na terça-feira (7), ele pediu que o mundo crie uma equipe global de cerca de 3.000 especialistas em doenças infecciosas para ajudar todos os países a melhorar suas respostas epidêmicas e equipar os cientistas locais com os meios para relatar surtos.
Ele a chamou de equipe de “Resposta e Mobilização Epidemiológica Global”, que seria gerenciada pela Organização Mundial da Saúde, segundo a revista Time. E ele disse que uma de suas principais responsabilidades seria realizar simulações de surtos para os países testarem o quão preparados estão.
Gates teria dito que a próxima pandemia poderia ter uma taxa de mortalidade muito maior e poderia ser o “fim da sociedade”. “A chance de outra pandemia nos próximos 20 anos, seja natural ou intencional, eu diria, é superior a 50%”, disse ele.
A equipe GERM é uma ideia que ele promove e discute em seu novo livro, Como prevenir a próxima pandemia, publicado em abril.
“Você não pode fazer muito se não agir rapidamente”. “As pandemias são um problema global e, se um país não fizer sua parte na prática de detectar e conter, isso será um problema para todos os outros países”.
A GERM “realmente teria que assumir a responsabilidade por uma dúzia de países” com capacidades limitadas, acrescentou Gates.
Gates também mencionou algumas das medidas que especialistas em saúde de todo o mundo vêm defendendo desde o início da pandemia: atualização de tecnologias de saúde como vacinas e terapêuticas, construção de sistemas de saúde e melhor monitoramento de doenças em todo o mundo.
Ele estimou que tudo isso custaria cerca de US$ 1 bilhão por ano, mas chamou essa despesa pequena em comparação com o custo que uma pandemia como a do coronavírus pode infligir ao mundo.
“Devo dizer que, dado o número desta pandemia, 20 milhões de mortos em todo o mundo, um milhão nos EUA, e poderia ter sido muito mais fatal. Tivemos sorte de que a taxa de mortalidade por caso fosse de 0,2%”.